<MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=15 mm><LF=164 mm><AF=259 mm><FIOH=2 pt><MF=27 mm><PF=40 mm><LF=164 mm>ATA DA SESSÃO DE INSTALAÇÃO DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 29.12.1997.

 


Aos vinte e nove dias do mês de dezembro do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e trinta minutos foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Anamaria Negroni, Antônio Losada, Cláudio Sebenelo, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos e Tereza Franco. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Carlos Garcia, João Motta e Luiz Braz. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e instalada a Primeira Sessão Legislativa Extraordinária da Décima Segunda Legislatura. Após, foi apregoado o Ofício nº 609/97, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 62/97 (Processo nº 3825/97) e a Emenda nº 05, de autoria do Vereador Renato Guimarães, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 61/97 (Processo nº 3676/97). A seguir, foi aprovado Requerimento da Vereadora Clênia Maranhão, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente João Carlos Maciel, após a entrega de seu Diploma e Declaração de Bens, da prestação do Compromisso Regimental e da indicação de seu nome parlamentar, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou telegrama recebido do Senhor Sebastião Melo, primeiro suplente da Bancada do PMDB, informando seu impedimento de exercer a vereança no dia de hoje. Também, procedeu à leitura de declaração do Vereador Fernando Záchia, Líder da Bancada do PMDB, informando do impedimento do Senhor Airto Ferronato, segundo Suplente deste Partido, de exercer a vereança nos dias vinte e nove e trinta de dezembro do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib teceu comentários acerca dos procedimentos formais adotados para viabilizar a convocação dos Senhores Vereadores para a realização da presente Sessão Legislativa Extraordinária. Ainda, teceu considerações sobre o Substitutivo nº 01 do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 03/97, relativo à legislação tributária municipal. A seguir, foi aprovado Requerimento do Vereador Adeli Sell, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossada na vereança a Suplente Helena Bonumá, informando que Sua Excelência <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm><D>integrará a Comissão de Economia, Finanças e Orçamento. Na oportunidade, o Senhor Presidente procedeu à leitura de declaração da Suplente Maristela Maffei, informando seu impedimento de exercer a vereança no dia de hoje. Após, nos termos do § 7º do artigo 12 do Regimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador João Carlos Maciel, que externou sua satisfação em integrar este Legislativo, manifestando seu desejo de servir ao povo de Porto Alegre através do exercício do seu mandato, principalmente no referente às questões atinentes ao trânsito e à valorização do turismo na Cidade. A seguir, respondendo a Questões de Ordem dos Vereadores Reginaldo Pujol, João Dib, Juarez Pinheiro e Gerson Almeida, o Senhor Presidente prestou informações acerca da tramitação, na Casa, dos Projetos a serem apreciados durante a presente convocação extraordinária. Também, através de Questão de Ordem, o Vereador Isaac Ainhorn formulou questionamentos quanto ao material distribuído em seu gabinete, relativo ao Imposto Predial e Territorial Urbano de Porto Alegre e a gastos públicos com publicidade, tendo o Vereador João Dib declarado que o mesmo foi distribuído pela sua assessoria. Em continuidade, o Vereador Gerson Almeida formulou Requerimento verbal solicitando alteração na ordem de votação da matéria a ser apreciada durante a Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Reginaldo Pujol teceu comentários acerca da matéria a ser apreciada durante a presente convocação extraordinária. Ainda, registrando ter recebido manifestações de várias pessoas, relativas à convocação extraordinária deste Legislativo, salientou o fato de inexistir remuneração adicional para os Senhores Vereadores em virtude de tal convocação. O Vereador Cláudio Sebenelo discorreu sobre os problemas atualmente enfrentados pelo Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, analisando posicionamentos a respeito que vêm sendo assumidos pelo Secretário Municipal da Saúde. Ainda, teceu críticas à atuação do Partido dos Trabalhadores à frente do Executivo Municipal. Na ocasião, o Vereador Pedro Américo Leal formulou esclarecimentos acerca da necessidade de que as Questões de Ordem suscitadas tenham a devida previsão regimental e o Vereador Gerson Almeida manifestou-se sobre o assunto. Ainda, foram apregoadas Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 61/97 (Processo nº 3676/97), de nºs 06, 07 e 08, de autoria do Vereador Antonio Hohlfeldt; 09, 10 e 11, de autoria do Vereador Luiz Braz; 12 e 13, de autoria do Vereador Gerson Almeida. Também, foram apregoadas as Emendas nºs 05 e 06, apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 03/97 (Processo nº 2440/97), de autoria dos Vereadores Nereu D'Ávila e João Carlos Nedel, respectivamente. Na oportunidade, o Senhor Presidente, respondendo à Questão de Ordem suscitada pelo Vereador Nereu D'Ávila, prestou informações quanto aos prazos para encaminhamento de Emendas ao Projeto de Lei do Executivo nº 61/97, e o Vereador José Valdir formulou Questão de Ordem acerca do Projeto de sua autoria, em tramitação na Casa, que institui o Sistema Municipal de Ensino. A seguir, foi apregoado Requerimento do Verea<MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm><D>dor Cyro Martini, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a retirada de tramitação das Emendas nºs 01, 02 e 04 e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 04, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 61/97. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Isaac Ainhorn teceu comentários acerca da possibilidade de reajuste do Imposto Predial e Territorial Urbano de Porto Alegre. Também, analisou o Requerimento nº 304/97, de sua autoria, que solicita a convocação do Senhor Diretor do Departamento Municipal de Esgotos Pluviais - DEP, para prestar informações relativas aos alagamentos ocorridos na Capital neste final de ano. Na ocasião, o Vereador José Valdir procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, de relatório relativo às atividades da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação durante o corrente ano. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Fernando Záchia saudou o Vereador João Carlos Maciel pela sua posse neste Legislativo e, reportando-se ao discurso do Vereador Isaac Ainhorn, teceu comentários sobre o teor do Requerimento nº 304/97. Ainda, declarou não ocorrer a devida manutenção, por parte da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, da Praça Carlos Simão Arns, conhecida como "Praça da Encol", salientando que várias empresas privadas possuem interesse em adotar essa praça. Na oportunidade, face a Questões de Ordem suscitadas pelo Vereador Juarez Pinheiro, o Vereador Fernando Záchia nominou empresas interessadas em adotar a Praça Carlos Simão Arns. Após, foram apregoadas as Emendas nºs 14 a 22, de autoria do Vereador Elói Guimarães, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 61/97 (Processo nº 3676/97). Em prosseguimento, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA e foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Gerson Almeida, solicitando que o Projeto de Lei do Executivo nº 61/97 (Processo nº 3676/97) seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes, por dezessete votos SIM e sete votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib, Nereu D'Ávila, Reginaldo Pujol, Gerson Almeida, Lauro Hagemann e Cláudio Sebenelo, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Dib, tendo votado Sim os Vereadores Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Tereza Franco e Helena Bonumá e Não os Vereadores Anamaria Negroni, Cláudio Sebenelo, Fernando Záchia, João Carlos Nedel, João Dib, Pedro Américo Leal e João Carlos Maciel. Na oportunidade, face às Questões de Ordem suscitadas pelos Vereadores Carlos Garcia, Nereu D'Ávila e Juarez Pinheiro, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos referentes à possibilidade de apresentação de Emendas aos projetos integrantes da presente convocação extraordinária. Ainda, foi apregoada a Emenda nº 23, de autoria do Vereador Lauro Hagemann, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 61/97 (Processo nº 3676/97). Também, foi apregoado o Requerimento nº 304/97 (Processo nº 3842/97 - convocação do Di<D>retor do Departamento Municipal de Esgotos Pluviais - DEP, <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>para prestar esclarecimentos acerca de alagamentos observados na Capital), de autoria do Vereador Isaac Ainhorn, o qual deixou de ser apreciado por não integrar a matéria relacionada no Edital de convocação da Primeira Sessão Legislativa Extraordinária. Às onze horas e cinqüenta e dois minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Isaac Ainhorn, Reginaldo Pujol e Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum e Guilherme Barbosa. Do que eu, Paulo Brum, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Solicito ao Sr. Secretário que proceda à leitura do material encaminhado à Mesa.

 

O SR. SECRETÁRIO: Emenda nº 05, de autoria do Ver. Renato Guimarães, ao Projeto de Lei do Executivo nº 061/97. (Lê teor da Emenda.)

Apregoamos o Projeto de Lei do Executivo nº 062/97, que autoriza o Poder Executivo Municipal a contratar operação de crédito com a União através da Caixa Econômica Federal, visando a implementação no Município de Porto Alegre do Programa PROTECH.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Requerimento da Vera. Clênia Maranhão solicitando Licença para Tratamento de Interesses Particulares no dia de hoje.

 

(Obs.: Foi aprovado o Requerimento de licença da Vera. Clênia Maranhão e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

Cumprimento o Ver. João Carlos Maciel que nos honra, participando deste período de Convocação Extraordinária, junto aos Vereadores desta Casa. V. Exa. terá a possibilidade de fazer seu pronunciamento pela circunstância de estar, pela primeira vez, assumindo seu mandato.

O Ver. João Dib está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou colocar algumas dúvidas que tenho e solicito que a Taquigrafia me forneça a cópia de meu pronunciamento, porque quero que ele seja examinado na Comissão de Justiça desta Casa. Eu não conheço o Edital de Convocação Extraordinária da Câmara Municipal. Hoje, pela manhã, telefonei para o meu gabinete para saber do Diário Oficial do dia vinte e seis que, segundo informação, foi publicada a convocação e não sei se foi publicada na forma de edital, porque o meu gabinete não recebeu o Diário Oficial desse dia.

Os Editais de Convocação Extraordinária da Câmara Municipal são publicados nos jornais que circulam no Município: Correio do Povo, Zero Hora e Jornal do Comércio. Hoje, a Câmara está sendo convocada, extraordinariamente, para o dia cinco de janeiro, em Edital na imprensa local. Não entendo outra forma de fazer convocação, porque o Diário do Município não tem a circulação desejada, até para a população tomar conhecimento do que está ocorrendo.

Tenho também minhas restrições contra o Substitutivo do nobre Ver. Hélio Corbellini. A apresentação do Substitutivo fez-se de forma estranha. O eminente Líder do PT solicitou à Diretoria Legislativa, por escrito, e não sei se recebeu, o momento da entrega do Substitutivo do Ver. Hélio Corbellini, que não pertence ao Governo, sendo de um partido diferente do PT, solicitou, por escrito, a comunicação do momento da entrada, para diferenciar do momento da retirada do art. 91. Em Questão de Ordem, Sr. Presidente, vou querer que me informem. O art. 91 do Regimento Interno da Casa do Povo de Porto Alegre é absolutamente claro e insofismável. O Substitutivo é apresentado durante a Pauta e não ocorreu assim. Substitutivo é apresentado na Comissão, e também não ocorreu assim. Então, o Substitutivo para mim não existe. E não se diga que o art. 81 libera o Substitutivo, não, Substitutivo é apresentado na Comissão na Pauta. Já que foi retirado o art. 81, o Substitutivo não poderia ter sido apresentado na Diretoria Legislativa, porque retirado o art. 81, a Comissão de Justiça já havia se manifestado sobre o Projeto nº 003/97 e depois iria para a Comissão de Economia e Finanças. O Substitutivo teria de ser apresentado na Comissão de Justiça ou na Comissão de Economia e Finanças e nunca na Diretoria Legislativa, Protocolo ou na Presidência, não importa. Ou existe Lei e esta é clara, precisa, concisa e respeitada, ou a rasguemos e junto a honra também. Preciso esclarecimentos sobre o art. 91.

Reclamei do Edital de Convocação, e a Diretoria Legislativa iria fornecer-me, mas ele não chegou ao meu gabinete. A Convocação faz-se através da imprensa local.

Quero também uma análise do art. 116 da Lei Orgânica que fala na Lei de Diretrizes Orçamentárias, que não foi analisado no momento em que foi estudado pelo nobre Ver. Elói Guimarães na Comissão de Justiça. Mas no art. 9º da Lei Complementar n.º 7, diz que os preços do metro quadrado de terreno de construção são apresentados junto com a proposta orçamentária, que chega nesta Casa até 30 de setembro. E não foram apresentados, porque o Prefeito apresentou um Projeto de Lei que lhe permitia a Lei Complementar n.º 7. Portanto, são as dúvidas que estou levantando para essa pressa inusitada de tomar o dinheiro do povo. Saúde e paz.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): A Mesa irá responder ao Ver. João Dib oportunamente, pois estão sendo providenciados os documentos solicitados.

Temos um Requerimento de Licença, do Ver. Adeli Sell, para Tratar de Interesses Particulares. Em substituição a ele assumiria a Vera. Maristela Maffei que comunica a impossibilidade de assumir a titularidade nesta data. Por este motivo a Mesa declara empossada a Suplente Helena Bonumá em substituição ao Ver. Adeli Sell, nos termos regimentais, onde participará da Comissão de Economia, Finanças e Orçamento.

Nós temos a grata satisfação de ter, hoje, um novo Vereador que assumiu recentemente, Ver. João Carlos Maciel do PMDB. Conforme o Regimento, V. Exa. tem o direito, por ser a primeira vez a assumir nesta Casa, a usar a Tribuna pelo tempo de cinco minutos.

O Ver. João Carlos Maciel está com a palavra.

 

O SR. JOÃO CARLOS MACIEL: Exmo. Sr. Presidente, Ver. Clovis Ilgenfritz, saúdo a todos neste Plenário.

Como Suplente do Partido do Movimento Democrático Brasileiro nesta Casa, PMDB, saúdo, em especial, a minha Bancada, na pessoa do Ver. Fernando Záchia; represento, hoje, com legitimidade democrática, os quase quatro mil votos que obtive no último pleito, e quero aproveitar o tempo que me é concedido para convidá-los a uma reflexão, como porto-alegrense, acima de qualquer coisa.

Posso dizer, com tranqüilidade, depois de ter enfrentado a ditadura militar, nos meus anos dourados de rádio. Estamos quase na entrada do terceiro milênio e lamentando a pouca ou quase total falta de visão para uma cidade que deveria estar, ou configurar, no cenário nacional como uma Capital de destaque.

Pelo que se projetou, nesta Cidade, ao longo dos anos, nós quase ensaiamos um projeto de cidade preparada para o futuro. Mas depois de tantos ensaios, vieram os derradeiros 15 ou mais anos que nos obrigam, com seriedade, indiferentemente dos partidos - se isso é possível - a perguntar-nos: o que inovamos, em Porto Alegre, para diminuir o sofrimento no trânsito? Deparando-me com o Viaduto da Conceição, no trecho da Rodoviária, do Ubirici, ou da Silva Só - que cito apenas como exemplos - deixo no ar essa principal pergunta. E pergunto não só em nome daquelas pessoas que usam seus próprios carros, ou trabalham no trânsito, mas em nome de milhares de pessoas que amargam, dentro dos ônibus, para chegarem aos seus destinos. Onde está a dimensão da modernidade para que os caminhos sejam encurtados em Porto Alegre? Onde fica o exemplo de uma cidade estruturada, dentro dos planos do MERCOSUL, que aí está? É claro que não faço esta reflexão apenas com o trânsito. Destaquei-o como crônico e inconcebível, depois de tantos e tantos anos.

Tida como uma cidade histórica, ficamos, por exemplo, no turismo, que, certamente, abriria frentes de trabalho em Porto Alegre; ficamos no pôr-do-sol do Guaíba; possuímos uma bacia imensa, pois o Rio Guaíba com tantos afluentes, com tantas ilhas, mas nenhuma travessia - ao menos como aspecto turístico. Houve iniciativa? Sim, houve. Mas ficou nisso. Temos toda orla do Rio Guaíba, desde o Gasômetro, passando pelo Parque Marinha do Brasil, Beira-Rio, Jockey Club e até mesmo Assunção e outros pontos fabulosos da nossa Porto Alegre, e nenhum adicional de trafegabilidade turística! E aí eu fico imaginando, no saudosismo de quarenta anos, um, dois, três, quatro bondes históricos, perfazendo uma linha opcional, para quem aqui chega, como um fator turístico, gerador de empregos também. Os graves problemas ainda se acentuam em coisas tão antigas, velhas e desgastadas, quando os resultados negativos para centenas de pessoas que ainda sofrem com cheias, reaparecem, como tormento em Porto Alegre, nos mesmos lugares, e com os mesmos prejuízos.

Creio que para o tamanho e pela importância da nossa cidade, e de todos que aqui vivem, faço um apelo em nome daqueles que não se beneficiaram com o retorno e o fundamento do IPTU pago, de que é preciso se mexer. Respeitar o cidadão que paga os seus impostos, com melhores serviços e com mais resultados. Que a política, para uma capital tão importante, não fique apenas numa representação do tipo religiosa, fanática, fazendo-se valer das míseras maquiagens, mas com trabalho, com luta e com resposta, aquelas que os trabalhadores esperam. Este é o pensamento de um integrante do PMDB, mas, acima de tudo, de um ser que queria ver na nossa Porto Alegre como uma cidade-modelo, como uma referência dentro do País. Porto Alegre precisa que todos os políticos a respeitem. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Queremos saudar, mais uma vez, em nome da Mesa Diretora, de todos os Vereadores, do quadro funcional, o Ver. João Carlos Maciel, que, temos certeza, trará grandes condições a este Plenário e à Cidade de Porto Alegre.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, nós recebemos, no dia 24, distribuído pelo setor competente, nos avulsos relativos aos trabalhos da Convocação Extraordinária que hoje se desenvolvem.

Entre outras matérias está o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 003/97 com parecer já prolatado do Ver. João Motta pela aprovação do Projeto e com a observação de que ele está incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da Lei Orgânica do Município. Ocorre, Sr. Presidente, que houve uma polêmica muito grande em torno desse Projeto, e o último fato que ocorreu foi, ao final do período legislativo normal, a retirada do art. 81 por parte de quem havia requerido isso, o Ver. Cyro Martini. Nessas condições, creio que ele volta à normalidade e, voltando à normalidade, acredito que outros procedimentos devam ocorrer, entre os quais a remessa, à Pauta, do Substitutivo que havia ingressado e que não correu Pauta exatamente em função de que o Projeto se encontrava sob o manto do art. 81, que lhe dava "urgência urgentíssima".

Essa é a Questão de Ordem que faço à Mesa com o propósito de colaborar para o bom andamento dos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador Reginaldo Pujol, V. Exa. colabora com a Mesa para que fique esclarecida essa questão. O Substitutivo está em urgência, que foi pedida em função de que o Projeto está em urgência. O Substitutivo acompanha o Projeto. Isso é absolutamente certo. Nós não podemos tergiversar com relação à legislação.

Respondo também ao Ver. João Dib: nós temos a cópia dos editais da Prefeitura Municipal, convocando esta Sessão Extraordinária. Há o edital do dia 23 de dezembro e outro do dia 26, que é aditivo ao primeiro e que coloca o segundo Projeto.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, sem querer dialogar com a Mesa - não é essa a nossa pretensão, nem seria de bom-tom que isso fosse feito -, eu quero insistir com V. Exa. dizendo o seguinte: o art. 81, que havia sido requerido para o Projeto e, conseqüentemente, para o Substitutivo, foi retirado na derradeira Sessão do ano. Isso quer dizer que o Projeto não está mais em regime de urgência e volta à sua condição normal.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebeu nova solicitação para o art. 81 e deferiu, conforme obriga o Regimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, como sou um mortal, e a Mesa não informou à Casa, eu desconhecia.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Reginaldo Pujol, eu acabei de informar isso no início da Sessão, dizendo que ele estava no art. 81 por força de uma nova solicitação, e está distribuído desde sexta-feira nos escaninhos dos Vereadores. Essa informação está escrita no espelho.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu não tenho dúvidas de que está no Diário Oficial, porque hoje o recebi, e devo dizer que sexta-feira estive na Casa e só hoje o recebi no meu gabinete. A Câmara se autoconvoca para o dia 05, o que está no Diário Oficial do dia 26 de dezembro, e também está na imprensa do dia de hoje, já que a circulação do Diário Oficial do Município é restrita.

Quero dizer a V. Exa., Sr. Presidente, que o art. 81 só poderia ter entregue seu pedido hoje, e no dia 15, quando foi retirado pela décima vez, eu pedi que o Substitutivo fosse às Comissões. Portanto, o Substitutivo contraria o art. 91 do Regimento, não foi entregue na Comissão e não foi entregue no Período de Pauta. Saúde e paz!

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Com certeza seria necessária esta Questão de Ordem, mas com o objetivo de auxiliar nos trabalhos dessa Presidência. As Questões de Ordem levantadas pelo Ver. João Dib, na sua intervenção de Liderança, estão completamente superadas pelo Parecer da lavra do Ver. Elói Guimarães, que já foi aprovado por este Plenário. O art. 25 da Lei Orgânica do Município diz que a publicação das leis e atos municipais far-se-á no órgão de imprensa oficial. O órgão de imprensa oficial do Município de Porto Alegre é o Diário Oficial do Município, conhecido como DOM.

 

O SR. PRESIDENTE: De fato, o Parecer da Comissão de Constituição e Justiça esclarece a questão colocada pelo Ver. João Dib, que tem o direito de não concordar, mas em cima do contraditório é que foram feitas as consultas e foi feito um Parecer, pela Comissão de Constituição e Justiça, exatamente porque havia o contraditório.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): A Comissão de Constituição e Justiça quando analisou o Requerimento de minha autoria, não fez análise do art. 118 da Lei Orgânica, que ali estava citado, mas eu não me incomodo com isso. Aceitei, na oportunidade. Agora, o que levantei hoje, não levantei naquele momento, foi o art. 91 do Regimento. Eu também não entendo que se peça, no recesso, o art. 81 um projeto de lei. Saúde e paz!

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. João Dib, o processo está a sua disposição. A Mesa tem o maior interesse em que as coisas sejam transparentes. No dia 12 de dezembro o Substitutivo foi apregoado pela Mesa, então, não estamos entendendo qual é o contraditório.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, V. Exa. está informando corretamente. O Substitutivo foi entregue no dia 12 de dezembro na Mesa e ele só poderia ser entregue no momento da Pauta ou nas Comissões. Isso não mudou no Regimento. Ele não foi entregue nas Comissões e no dia 15 de dezembro eu solicitei que ele fosse entregue na Comissão, que fizesse o trâmite normal. Não fez. Mas eu fico satisfeito com a posição da Mesa, até porque eu não posso mudar, agora, a Lei e o Regimento são absolutamente claros: na Comissão ou durante a Pauta.

 

O SR. PRESIDENTE: Quando pensamos que o Regimento é totalmente conhecido, temos ainda mais questões a aprofundar. Eu acredito que o Ver. João Dib com a sua douta experiência e que nos ajuda nesse sentido, também vai concordar que o processo não pode ficar no limbo, ou ele está na Mesa ou na Comissão. Se não estiver em nenhum dos dois ele está no processo legislativo que é na Diretoria, foi onde aconteceu o pedido de 81. Então, não há nenhum problema contraditório nesse sentido.

 

O SR. JOÃO DIB: Eu não deveria estar debatendo com a Mesa, mas no dia 15 de dezembro foi retirado o art. 81. Eu fiz um Requerimento, se não estou equivocado a Mesa estava sendo presidida pelo Ver. Reginaldo Pujol, para que o Substitutivo seguisse os trâmites normais e legais. Portanto, quando eu pedi este processo estava com o Parecer da Comissão de Justiça e iria para a Comissão de Finanças. Eu vou aceitar o ponto de vista da Mesa, até porque o IPTU maldoso será derrotado tranqüilamente.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Eu recebi, agora, na minha tribuna, um xerox com papel da nossa Câmara que registra: "A Prefeitura Municipal de Porto Alegre - Coordenação de Comunicação Social - Gabinete do Prefeito. Aviso de Inexigibilidade de licitação. Contratante - Município de Porto Alegre. Contratada - SBT, RBS, Televisão Guaíba, Rádio e Televisão Bandeirantes. Objeto - Veiculação do programa Cidade Viva. Valor - Três milhões, setecentos e dois mil, quatrocentos e dezessete reais e cinco centavos. Base legal - Art. 25 da Lei 8666 e Parecer 820/94 da Procuradoria Geral do Município." Abaixo consta, Sr. Presidente: "O aumento do IPTU acima da inflação é para isso? O Orçamento Participativo opinou sobre essa despesa?

Gostaria de um esclarecimento de V. Exa. Como não sei qual o gabinete que distribuiu esse material, gostaria de saber apenas para um registro nos Anais da Casa e informação.

 

O SR. JOÃO DIB (Esclarecimento): Senhor Presidente, o material foi distribuído pelo meu gabinete, as perguntas foram formuladas por mim.

 

O SR. PRESIDENTE: Está esclarecido o Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Questão de Ordem): Já que estamos convocados para Sessão Extraordinária por dois dias, com Projetos bastante importantes para a Cidade, gostaria que o Regimento da Casa fosse preservado e Questões de Ordem fossem sustentadas por algum artigo do Regimento, porque assisti a um Vereador usar quatro, cinco, seis, sete vezes a tribuna, num curtíssimo espaço de tempo, sem que suas questões fossem de ordem.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa pede vênia aos Srs. Vereadores para que tenhamos aqueles momentos de esclarecimento que são necessários. Considero todas, até agora, questões de ordem, reincidindo, mas foram. Agora, por solicitação do Ver. Gerson Almeida, que tem toda a razão, peço aos Vereadores que se restrinjam absolutamente em questão de ordem, citando o artigo do Regimento que lhes dá essa condição.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Estou pedindo Comunicação de Líder, de acordo com o Regimento.

 

O SR. PRESIDENTE: Basta que seja feita a inscrição. Concederemos Comunicação de Líder a V. Exa.

Enquanto isso, solicito ao Sr. Secretário, Ver. Paulo Brum, que apregoe três Emendas.

 

(Obs.: Foram apregoadas as Emendas ao PLE nº 61/97, Proc. 3676/97 nºs 06,07 e 08 de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, nºs 09, 10 e 11 de autoria do Ver. Luiz Braz e 12 e 13 de autoria do Ver. Gerson Almeida.

Também foram apregoadas as Emendas nºs 05 e 06 apostas ao PLCE nº 03/97, de autoria dos Vereadores Nereu D’Ávila e João Carlos Nedel respectivamente.)

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Requerimento): Fiz questão de anunciar ao Líder do PFL para que não entendesse como uma obstrução à sua Liderança.

Requeiro, Sr. Presidente, que nós imediatamente, após as Lideranças serem ouvidas, invertamos a ordem dos trabalhos de hoje, votando em primeiro lugar os Requerimentos.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Ocupo a tribuna em Comunicação de Líder e quero fazê-lo de forma a iniciar com a seguinte expressão: estou aqui convocado pelo Sr. Prefeito Municipal para decidir sobre três matérias, duas das quais poderiam ter sido decididas durante o período normal das Sessões Ordinárias desta Casa, e uma terceira que somente hoje ingressou oficialmente no Legislativo da Cidade. Faço essa colocação, Sr. Presidente, porque ao longo desses dias em que se anuncia a Convocação Extraordinária, com a sua efetiva instalação no dia de hoje, eu tenho recebido cumprimentos irônicos, alguns até de má-fé, de pessoas que nas ruas, nos estabelecimentos bancários, enfim, em vários pontos da nossa Cidade me cumprimentam pela convocação da Sessão Extraordinária, dando a entender que essa convocação seria uma manobra dos Vereadores de Porto Alegre destinada a reforçar o seu orçamento familiar, posto que a ninguém nós conseguimos convencer de que esta é a única Casa Legislativa do País, onde, em hipótese alguma, a remuneração dos Srs. Vereadores é nas condições que agora se registram.

Isso tudo coincide com o fato de que há 3 ou 4 dias o conceituado jornal do nosso Estado, o tradicional "Correio do Povo", em editorial - da responsabilidade do próprio Jornal - ter feito uma manifestação contundente recriminando as convocações extraordinárias e dando como exemplo aquela que a partir do dia 8 se desdobra em Brasília e que tem, segundo a opinião do Jornal, dois componentes que precisariam ser denunciados. Por um lado, um certo jogo de faz-de-conta por parte dos Srs. Deputados que deixam de votar no período normal as matérias que lhe são submetidas para serem convocados extraordinariamente pelo Presidente da República e com isso ficarem habilitados à recepção de vantagens financeiras bastantes acentuadas.

Ninguém diz neste Estado e, aliás, ninguém acredita que os Vereadores de Porto Alegre estejam, hoje, convocados sem ônus para os cofres do Município. Daí porquê, Sr. Presidente, eu entendo fazer essa Comunicação de Líder logo na abertura dos trabalhos, trabalhos esses que deverão se desdobrar em mais quatro ou cinco reuniões, dado que a existência de um projeto novo, na Casa, implica que pelo menos 3 Sessões Extraordinárias aconteçam para que corra a Pauta e possa ficar em condição de ser objeto de parecer da Reunião Conjunta das Comissões, na hipótese de ser aprovado o regime de urgência, fato que acredito não ocorrerá .E é preciso que se diga, em alto e bom tom, que não existe remuneração e que, por mais paradoxal que pareça, os contribuintes vão ter que acreditar que nós não estamos reunidos com o duplo propósito de onerar as burras do Município com a nossa presença e com a percepção de vantagens extraordinárias. E mais do que isso, que estaríamos recebendo essas vantagens amplamente com o pagamento antecipado pela nossa decisão de vir a aumentar o IPTU da população de Porto Alegre às vésperas da virada do ano.

Falo, Sr. Presidente, com a sensibilidade, de quem andou pelas ruas nos últimos dias e ouviu várias reclamações. Quero declarar a necessidade que a Casa tem de uma vez por todas colocar perante a opinião pública que nós não somos parasitas, que nós trabalhamos o ano todo e não foi por culpa nossa que esses projetos não foram aprovados, foi porque vieram na última hora, e nós não estamos recebendo erário.

E, Sr. Presidente, reformulando mais uma vez, nós não temos o compromisso de aprovar essa situação altamente confusa do Substitutivo do ilustre Ver. Hélio Corbellini, que realmente representaria, se aprovado, o presente grego que a população teme que a Câmara de Vereadores possa lhe oferecer ao apagar das luzes do ano de 1997. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores Desde que se estabeleceu, em janeiro de 1997, o atual Governo Municipal, vem ele demonstrando não estar preparado para a tarefa, especialmente quanto a parte social. É indiscutível a falta de uma política de saúde para o Município, não havendo uma rotina orientada em nenhum dos três governos do PT. Como prova cabal, é só tentar uma primeira consulta no Sistema em uma das especialidades, como otorrino, oftalmo ou ortopedia, ou ainda ler os jornais e constatar a indisfarçável crise que assola o Hospital de Pronto Socorro. E o Secretário Henrique Fontana, sem ter culpa no cartório, teve sua demissão anunciada, o que faz com que a Administração Municipal perca uma das melhores figuras do seu elenco. Alguém tem dúvida que nestes 9 anos de governo petista não houve incentivos para o turismo? Uns querem a extinção da EPATUR, o grupo do Prefeito; outros querem a divisão da SMIC que já não anda bem das pernas, ou querem criar uma Secretaria Municipal de Turismo, através dela uma política municipal de turismo, esta não se fala. Se acompanharam o noticiário local todos se solidarizam com a pouca sorte do Ver. Adeli Sell, que, lamentavelmente, não está presente logo agora quando ele anunciava aos quatro ventos a solução dos alagamentos de Porto Alegre, dos flagelados após enxurradas habituais de verão, na Chácara das Pedras, na Zona Norte ou no Centro da Cidade. É só ser mais intensa a chuva e o alagamento torna-se uma calamidade denunciada e demonstrada, Ver. José Valdir, cansativamente pelas nossas emissoras de TV, pelo Engenheiro Damiani que diz que, há mais de 30 anos, não se repõe a sucata que se transformaram as bombas de recalque das estações da Zona Norte, onde, de cinco, só uma funciona. Ou, ainda, a denúncia de que a Prefeitura de Porto Alegre não mantém um Albergue, o João Paulo II que o Projeto Piá assumiu. Então, a Diretora da FESC, além de tudo, falando sobre prioridades, não se lembrou, já que é prioridade a parte social, dos milhões que vão ser gastos numa pista de eventos, que nós todos somos a favor, mas, primeiro, as crianças.

Esta é a forma petista de administrar, que revolucionou o País e que é marcada pela incompetência e pela agressão. É o fascismo de esquerda instalado no Paço Municipal. Queria saber quantos espetáculos foram promovidos no Auditório Araújo Vianna, nesse ano que passou, e o que foi feito do Mercado do Bom Fim. Onde está o aumento das obras do Pronto Socorro, intermináveis? Então, têm uma série de coisas e a Bancada do PT sempre diz: não, é bobagem, não existe. Pois, agora, para encerrar com raro brilhantismo este ano, eles vêm com o aumento do IPTU, pela terceira vez, nesta insuportável câmara de tortura sobre o bolso do consumidor. E os professores, sob tortura financeira, projetam o seus próprios problemas nas outras administrações, estadual e federal, quando têm visão obstruída pela grosseira e mistificadora tentativa de aumentar o imposto que nada mais é do que um flagelo para o bolso do consumidor. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. NEREU D’ÁVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu quero indagar qual será o prazo final para a entrada de Emendas ao Projeto do Transporte Coletivo, dado que este Vereador é o Relator e, durante este feriadão, nós fizemos um esforço para que o Relatório estivesse pronto, porque, hoje, temos prazos exíguos para a votação de três Projetos e estou vendo, com uma certa apreensão, que estão entrando muitas Emendas.

Então, eu gostaria que V. Exa. propusesse ao Plenário um consenso de horário para a entrada de Emendas, porque, assim, ficaria muito ruim para o Relatório ser finalizado.

 

O SR. PRESIDENTE: A rigor, a proposta de V. Exa. vem colaborar com o andamento dos trabalhos. Nós pedimos que haja um entendimento rápido entre as Bancadas, que esta Mesa anunciará a resolução tomada pelas Lideranças. Eu entendo que pode ser no decorrer da presente Sessão. A palavra final fica com os Líderes.

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, requeiro à Mesa que ao longo desta Sessão me esclareça por que o Projeto de minha autoria, que cria o Sistema Municipal de Ensino, que esteve na Ordem do Dia na semana passada foi retirado abruptamente. Quando reclamei nesta tribuna fui esclarecido por várias Lideranças, entre elas pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, de que havia um acordo de Lideranças para que este Projeto entrasse na convocação extraordinária. Gostaria apenas de uma explicação porque havia um compromisso das Lideranças, confirmado publicamente na última Sessão, e não foi levado em conta.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa vai esclarecer o Ver. José Valdir oportunamente. Em princípio a convocação é feita pelo Executivo com Projetos do Executivo. Vamos tentar esclarecer essa questão.

O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estamos nos reunindo neste dia e no dia de amanhã, em convocação extraordinária. Gostaria que não estivesse incluída nesta convocação extraordinária o Projeto de Lei que versa sobre o aumento do IPTU de Porto Alegre para o ano de 1998 e 1999. Infelizmente, a convocação veio do Sr. Prefeito Municipal para que essa matéria fosse examinada e votada. A meu juízo, ela será rejeitada por esta Casa. Pelo que tenho conversado com a ampla maioria dos Vereadores desta Casa, felizmente, não detém, o Partido Governista, os votos necessários para a aprovação do Substitutivo que versa sobre o aumento de IPTU na Cidade de Porto Alegre. Manifesto, nesta Comunicação de Líder, algumas preocupações; uma delas se refere ao aumento do IPTU, que atinge, brutalmente, além dos imóveis residenciais, os micro e pequenos empresários da Cidade de Porto Alegre. Neste fim de semana, tive contato com os proprietários de inúmeros pequenos estabelecimentos, bares, restaurantes, lancherias, churrascarias, que, além de terem que negociar neste ano que entra a questão dos aluguéis do imóveis locados - porque são todos locados, e na sua imensa maioria - enfrentam, também, a possibilidade de ter um aumento no seu IPTU de 17%, 7% da inflação, mais 10% acima da inflação. Incluo também nesse grupo os profissionais liberais de todas as áreas, advogados, médicos, contabilistas. Este aumento de 17% atinge, nesse universo, cerca de 40 mil unidades na Cidade de Porto Alegre, das 100 mil que compreendem o universo dos imóveis comerciais. Isso é extremamente preocupante, e, felizmente, há uma Câmara de Vereadores atenta e preocupada em coibir esse aumento acima da inflação. Gostaríamos que a Bancada petista desta Casa tivesse o mesmo perfil do Senador Eduardo Suplicy, quando se colocou contra o Pacote do Presidente Fernando Henrique que penalizou os contribuintes pessoas físicas, aumentando o Imposto de Renda na fonte, que já vai recair agora no mês de janeiro. Será que é o mesmo procedimento no aumento de impostos que têm o Governo Federal e o Governo Municipal de Porto Alegre? Têm o mesmo perfil? A mesma forma de comportamento de aumentos acima da inflação? Não é contra isso que a vertente do pensamento popular político em nosso País está lutando neste momento? Pois essa é a nossa preocupação. E mais, eu lembro aqui que o aumento acima da inflação não é apenas para o ano de 98. Já está previsto e embutido no Substitutivo também o aumento da inflação para o ano de 99. E o que faz a Administração do Prefeito Pont? Manda o assunto para a Câmara Municipal e quer resolver o problema para este ano que vem e já para o ano seguinte. E, amanhã, quando lhe perguntarem: "E o aumento do IPTU?", ele vai explicar: "Foi o Orçamento Participativo com o apoio dos Vereadores da Cidade de Porto Alegre!" Essa será a explicação que dará o Sr. Prefeito. Felizmente não teremos esse fato aqui. Por derradeiro, Sr. Presidente, informo que estou formalizando, neste momento, um pedido de convocação do Sr. Vicente Rauber, Diretor do DEP, para que venha a esta Casa no período da Comissão Representativa a fim de esclarecer os alagamentos havidos na Cidade nesta última semana. Entendo que isso é fundamental, até porque, para Raul Pont, o DEP teria se comportado a contento. No entanto, abriu uma sindicância para examinar a causa do não-conserto das máquinas de bombas em vários pontos de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, estou formalizando a entrega à Casa do relatório das atividades da CUTHAB, Comissão da qual participaram, além deste Vereador, os Vereadores Antônio Losada, Lauro Hagemann, Paulo Brum e Anamaria Negroni. A CUTHAB atendeu a 47 demandas diferenciadas, 21 ocupações, 5 cooperativas, 4 escolas, 11 comunidades, 3 loteamentos, 2 conselhos populares e funcionários de escolas. Ao todo, 1059 pessoas, 1249 participações. Realizou 62 reuniões, 7 diligências externas e 9 debates. Foram expedidos 243 pareceres. Este é o relatório sucinto.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O relatório está aceito.

O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Inicialmente, com muita satisfação, saúdo o Ver. João Carlos Maciel, que vem demonstrar a grandeza e a qualificação dos quadros do nosso Partido, o PMDB.

Ouvi o Ver. Isaac Ainhorn, quando dizia que estava entrando com um Requerimento para solicitar a presença do Diretor do DEP para que, na Comissão Representativa, possa dar as explicações oficiais sobre esses alagamentos ocorridos em Porto Alegre neste período do Natal.

Não tenha dúvida alguma, Ver. Isaac Ainhorn, de que, nessa oportunidade, esta Casa poderá ter para saber por que Porto Alegre, mais uma vez, teve, num período tão curto, essa quantidade de alagamento. Eu, que sou leigo nessa matéria, acreditava que a quantidade de chuva, por ser muito grande, fosse a razão maior dos alagamentos. Mas preocupado fiquei quando ouvi e li no jornal Zero Hora que o serviço de manutenção, que o DEP deveria fazer, não estava sendo realizados nos últimos cinco anos. Ora, se não está sendo realizado esse serviço - aí parece-me que é o motivo, até, de sindicância interna - e esse tem sido o motivo de alagamento, faz com que esta Câmara examine essa questão. Então considero extremamente oportuno, Ver. Isaac Ainhorn, que esta Casa possa fazer com que o Diretor do DEP, Sr. Vicente Rauber, venha à Câmara para falar das razões da não-realização da manutenção.

Por último, manifesto a minha preocupação - já falei sobre isso há cerca de trinta dias - sobre a Praça da Encol. Na terça-feira li no jornal Zero Hora que a SMAM estaria preocupada em fazer a licitação para que uma nova empresa pudesse adotar essa Praça. Há trinta dias, quando aqui me manifestei sobre o assunto, o Ver. Adeli Sell, muito atento, dizia que queria a cópia do meu discurso para que pudesse levar à SMAM e trazer para esta Casa uma resposta que até agora não veio. Nós, freqüentadores e moradores da redondeza, sabemos o estado de abandono em que hoje se encontra a Praça da Encol, um dos equipamentos de lazer mais utilizado pela população de Porto Alegre. Ficamos surpresos ao saber que existem quatro ou cinco empresas interessadas em adotar a Praça da Encol mas não encontram, junto à SMAM, a maneira para fazê-lo.

Vejam, essas empresas que estão interessadas em adotar a Praça para dar um equipamento de lazer melhor para a população de Porto Alegre não encontram uma sinalização por parte da SMAM de como, efetivamente, possam adotar esta Praça. Ontem, ainda na Praça da Encol, foi realizada uma festividade muito bonita, uma programação feita pelo SINDILOJAS para escolher entre as casas e lugares mais iluminados de Natal os que apresentaram melhor decoração. Havia “shows” naquela Praça havia quase duas mil pessoas e nós ficamos extremamente surpresos pela condição da Praça, quando vimos carros dessas empresas promotoras do evento circulando lá dentro. E o evento foi patrocinado também pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Vimos o abandono da Praça e a população que precisa desse equipamento de lazer quer que uma empresa faça o que a empresa Encol fazia antes, mas isso não consegue ser viabilizado pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Parece-me muito claramente um descaso do Executivo Municipal à população de nossa Cidade. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Gostaria que o Ver. Fernando Záchia nominasse as empresas que querem adotar a Praça, para que possamos passar-lhes a regulamentação referente à adoção de praça, imediatamente. Poderei, pessoalmente, passar-lhes a documentação, isso é normatizado pela SMAM.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: A informação dada a este Vereador pelo Secretário Hideraldo Caron é que as empresas interessadas são: Companhia Zaffari, Grêmio Náutico União, Goldstein Construtora. Isso há dois meses, quando este Vereador procurou a Secretaria Municipal para que, logo no momento da falência ou da concordata da Encol, manifestaram a preocupação da comunidade da Praça da Encol. O Secretário já me dizia: "Vereador, em dois ou três dias, assim que a Encol oficializar a desistência, nós temos essas três empresas". Posteriormente, quando fizemos a manifestação nesta tribuna, fomos procurados, este Vereador e o Ver. Adeli Sell, por mais duas ou três agências de publicidade dizendo que tinham clientes para adotar a Praça.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Obrigado. Então são: Grêmio Náutico União, Zaffari e Goldstein, será repassada a essas entidades a regulamentação. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE: Apregoamos Emendas ao PLE nº 61/97, Processo nº 3676/97 nºs 14 a 22, autoria do Ver. Elói Guimarães.

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Requerimento de autoria do Ver. Gerson Almeida, requer seja atendida a providência, relativamente ao Proc. nº 3676/97 - Projeto de Lei do Executivo nº 061/97, que dispõem sobre o sistema de transporte e circulação no Município de Porto Alegre, adequando a legislação Municipal à Federal, em especial, ao Código de Trânsito Brasileiro e dá outra providências. Requer ainda, o autor do Requerimento, seja ele considerado em regime de urgência e submetido às Comissões Permanentes da Casa Constituição e Justiça; Finanças e Orçamento; Transporte e Habitação e Defesa do Consumidor. Por assessoramento da Diretoria Legislativa, estamos incluindo a Comissão de Defesa do Consumidor e Defesa dos Direitos Humanos, eis que a matéria envolve assunto atinente a essa Comissão.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Gerson Almeida. (Pausa.)

O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Vejam V. Exas., uma Convocação Extraordinária para, em 48h, decidir uma das partes mais importantes da vida de uma metrópole como é Porto Alegre. Não há dúvida nenhuma que trânsito e transporte coletivo fazem parte da vida de todos nós, cidadãos de Porto Alegre.

O Executivo manda um Projeto depois de ter pensado, anteriormente num outro, e tão bem feito que à medida que foi mandando está mandando mensagens aditivas ou retificativas e querem que nós em 48h decidamos a vida da cidade.

Numa cidade pode faltar tudo e nós vimos recentemente faltar telefone, faltar luz, faltar água e a cidade consegue superar o problema, agora, quando falta transporte coletivo, quando o trânsito não funciona, a cidade não funciona. E o Executivo Municipal quer que em 48 horas nós tenhamos a decisão sobre a vida de todos os porto-alegrenses. São todos, sem exceção. Todos ou precisam do trânsito ou do transporte coletivo. Mas é claro, o Executivo tem muita pressa até porque fez uma malsinada intervenção e tem que pagar os custos daquela intervenção e quer, na proposta que encaminha para a Casa manobrar, eu não vou usar as palavras que o PT usaria, porque já os ouvi deste plenário, para não pagar aquilo que depredou.

Só vou lembrar que o Executivo fez a intervenção durante um ano numa empresa, demoliu a empresa, não pagou INSS, não pagou o ISSQN que competia à Prefeitura receber. E, tão pronto devolveu a empresa aos seus legítimos proprietários, empresa que fora demolida, com pneus desaparecidos, com ônibus depredados, entrou na justiça para cobrar ao ISSQN que lhe competia, e agora não quer pagar. E esse Projeto, eu quero chamar a atenção dos meus Pares, também serve para pressão, que está sendo exercida plenamente para não receberem o que lhes é devido. E este Vereador alertou, no momento da intervenção, que, se passasse de uma semana, a Cidade pagaria por ela. Os jornais de um ano depois publicam que o Ver. João Dib alertou. São talvez vinte milhões de reais a serem pagos e, provavelmente, por pressão, tentam não pagar, mas justiça é justiça, as decisões já foram tomadas, e espero que esta Casa possa fazer uma análise criteriosa. O Ver. Nereu D'Ávila, que é o Relator-Geral, está muito preocupado e terá muito trabalho. Confio na competência de V. Exa., já que não posso confiar na competência da Administração, em matéria de intervenção. A mesma Administração emitiu um documento que tenho na minha pasta, inclusive já mostrei neste Plenário, e alguns dias depois trocou-o por esse novo Projeto de Lei que quer que decidamos em quarenta e oito horas. De qualquer forma nada me impede que até para o Secretário dos Transportes, à Administração da Prefeitura e aos Vereadores de Porto Alegre eu diga saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Nereu D'Ávila está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, reunimo-nos em Sessão Extraordinária, e sem nenhum ônus para o Poder Público, para trabalhar pela Cidade de Porto Alegre.

Estão na Pauta três Projetos importantes e, em tese, o Ver. João Dib tem razão. Sobre esse Projeto para uma nova gestão de novos métodos para o transporte coletivo de Porto Alegre eu posso falar com tranqüilidade, porque me debrucei, desde antes do Natal, sobre ele e verifiquei que traz no seu bojo algumas modificações muito importantes para Porto Alegre. Como estudei esse Projeto, estou em condições de relatá-lo e de votá-lo, agora não posso querer que alguns colegas tenham a mesma predisposição não sendo relatores.

Estamos reunidos trabalhando de graça. Temos responsabilidades, como Câmara Municipal, inclusive para que o Poder Executivo não perca a sua oportunidade de ver votadas matérias como crédito tributário ainda neste ano. Ressalto isso, porque, se fizéssemos uma reunião no dia cinco, como vamos fazer às quinze horas para empossar o novo Presidente, já não poderíamos votar o Projeto de crédito tributário, porque seria prejudicar a sua concepção de que tem de ser votado no exercício de mil novecentos e noventa e sete. Por isso foram escolhidas as datas de vinte e nove e trinta. Se por um lado atingiremos o objetivo de não prejudicar o Projeto de Crédito Tributário, já não falo no IPTU, porque a Emenda é totalmente desarvorada, não cabe, é oportunista, serve a interesses inconfessáveis, agora falo do Crédito Tributário que realmente tem de ser votado este ano, e aí vem o Projeto de Gestão do Trânsito que também, por força de Lei Federal, aprovada pelo Congresso Nacional, que no dia vinte e três de janeiro entrará em execução. De qualquer maneira teríamos que, até o dia vinte e três, estudar esse Projeto.

No balanço de média ponderada do que iremos votar, pelas Emendas que estão sendo apresentadas, os Vereadores estão debruçados sobre o Projeto de nova gestão para o trânsito e para a circulação de veículos. Eu gostei do Projeto como um todo. Já vi, li e avaliei emendas que o aperfeiçoam, mas também averigüei que há emendas que destoam totalmente, do equilíbrio e da harmonia do Projeto. Há que ter um pouco de cuidado agora. Eu apelo aos Srs. Vereadores que cheguemos a um consenso: que as emendas tenham um tempo determinado para dar entrada. Embora se tenha o direito de apresentar Emendas de Lideranças até a hora da votação, eu não gostaria de ver, na última hora, depois de o relatório pronto e aprovado, entrar uma emenda, por força do artigo que permite às Lideranças entrar com emendas, para desfigurar, completamente, o Projeto. Por esse diapasão, eu pediria que chegássemos a um consenso em relação à entrada das emendas e que, de uma maneira geral, procurássemos estudar com as partes interessadas e com a anuência das lideranças, isso para que possamos encaminhar, satisfatoriamente, esse Projeto.

Portanto, Sr. Presidente, com todos os percalços naturais desta Convocação Extraordinária, eu encaminho favoravelmente a urgência, visto que, se não houver urgência, poderemos prejudicar a própria tramitação dos projetos na Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o Requerimento do Ver. Gerson Almeida.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, está sendo encaminhada a votação do Requerimento de Urgência ao Projeto de Lei do Executivo nº 61/97, que "dispõe sobre o sistema de transporte e circulação no Município de Porto Alegre, adequando a legislação municipal à federal, em especial ao Código de Trânsito Brasileiro, e dá outras providências". Eu quero, antes de mais nada, Sr. Presidente, dizer que este Projeto, diversamente de outros que a Casa terá que decidir, tem a seu favor a circunstância de que, chegado à Casa tardiamente, a Liderança e a Bancada do Partido dos Trabalhadores, e a base política do Governo, concordou que o mesmo não poderia ser votado naquele atropelo, que caracterizou o final do ano legislativo, dada a sua importância e dado o seu significado. Isso me permitiu que, não sendo relator da matéria, como é o caso do Ver. Nereu D'Ávila, eu pudesse, também, ter-me detido sobre a matéria. Verifiquei, por exemplo, que o Ver. Cyro Martini apresenta várias Emendas, algumas das quais devem merecer, pelo menos, uma reflexão da Casa a respeito da sua atualidade.

Vislumbrava alguns equívocos e alguns riscos no Projeto e tive a oportunidade de oferecer esses temores aos Líderes do Partido dos Trabalhadores, que diligenciaram na sua correção. Fundamentalmente, eu temia o que pudesse ocorrer de impacto, especialmente na tarifa, se fosse mantido o § 3º, do art. 32, na sua redação original, objeto de debates, que foram corrigidos numa Emenda do Ver. Gerson Almeida, que hoje vi apregoada. Outros aspectos menores devem ser corrigidos no Projeto, diversamente de outros que aqui chegam, e até exagerados nas suas definições, na tentativa de ser claro, ao ponto de no art. 5º se dar ao luxo de definir o que é pedestre, esclarecendo aqueles que não sabem que pedestre é qualquer pessoa que circula a pé em quaisquer dos equipamentos integrantes do sistema viário municipal. É uma beleza de esclarecimento que no meu entender é uma demasia e um exagero.

Mas, na regra geral, eu concordo com o Ver. Nereu D’Ávila que o Projeto é bom, em linhas gerais, está bem elaborado, foi bem estruturado, foi bem redigido, impunha-se algumas correções que progressivamente foram ocorrendo; a primeira entre elas foi diligenciada, penso eu que 24 horas após o seu ingresso na Casa, pelo próprio Executivo, através de uma mensagem retificativa e agora a maior e a mais profunda através da emenda proposta pela Bancada do PT.

Eu fico nesse particular, Ver. Isaac, na mesma posição do Ver. Nereu D’Ávila, eu estou em condições de votar a matéria, agora e já. Não entendo que todos, obrigatoriamente, tenham que ter essa situação. Eu, pessoalmente, vou votar pela urgência, porque encontro-me plenamente esclarecido a respeito do assunto e já até com convicção adiantada a respeito da minha posição com relação a esse Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para encaminhar o Requerimento de Pedido de Urgência.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, demais moradores de Porto Alegre que acompanham esta Sessão. Eu quero encaminhar favoravelmente o pedido de urgência para tratar esta matéria, porque reputo, além das falações já feitas pelo Ver. Nereu D’Ávila, Líder do PDT e Relator-Geral do Projeto, assim como pelo Ver. Reginaldo Pujol, esse é um dos mais importantes projetos do tratamento das mais importantes questões para organização da Cidade. Eu quero dizer, em nome da Bancada, que entendemos que esse projeto de novo modelo de gestão é o coroamento de uma política que vem se estabelecendo há quase 11 anos na Cidade de Porto Alegre, que procura exatamente qualificar, não só trânsito, mas também a circulação e o transporte público na Cidade de Porto Alegre. É o resultado de uma relação que nem sempre foi tranqüila, e nem sempre é tranqüila, é muitas vezes, a maior parte das vezes, muito difícil e que começou há anos atrás em uma das mais difíceis quebra-de-braço que já houve na política local, no que toca a essa questão que foi a intervenção do transporte. Cada um tem sua opinião, esse não é o debate de hoje, mas, no nosso ponto de vista, foi necessário que o Poder Público Municipal se colocasse de uma maneira radicalmente diferente e estabelecesse que na relação entre Poder Público Municipal e setor econômico, qualquer que seja, o que vai prevalecer é o interesse público e não o interesse de um ou de outro segmento econômico. Eu volto a este assunto porque é importante, ao invés de ficarmos apenas com o exemplo do episódio, demonstramos o quanto determinadas posturas, que nem todos entenderam ou fazem questão de não entender, são necessárias para que os interesses da Cidade se articulem de tal maneira que não haja prevalência de um sobre o outro, mas que prevaleça o interesse geral da Cidade. Um controle social sobre o transporte coletivo é algo fundamental para a organização de qualquer cidade. É disso que trata esse novo sistema de gestão, é um passo além, e Porto Alegre tem um dos melhores transportes públicos do País. Não se trata apenas de antecipar Porto Alegre ao Código Nacional de Trânsito, trata-se de adequar também a Lei Federal nº 8987, que é a lei das concessões do serviço público. Esse projeto de novo modelo faz essas duas situações, ele antecipa Porto Alegre a uma lei que vai começar a vigorar em 21 de janeiro e, portanto, a Câmara de Vereadores, ao estar reunida em Sessão Extraordinária, ao ter estabelecido previamente a convocação do Prefeito com um acordo entre a maioria das Lideranças com compromisso de votar esse projeto, demonstra o alto espírito público da sua esmagadora maioria de Vereadores que está aqui hoje, porque sabe que esse é um projeto fundamental para a qualificação do transporte público e sua circulação. Quais os objetivos? Equacionar os problemas de circulação, definir os direitos dos usuários. Um ponto fundamental para incorporar no Código, no modelo de gestão, é exatamente essa figura do direito do usuário, que é uma situação bastante importante e que deve ser incorporada; definir também os deveres do Poder Público para com o transporte e a circulação, assim como definir os deveres dos consórcios; estabelecer bases para a criação de novos serviços do transporte coletivo, assim como bases para a fiscalização do trânsito. Uma outra importantíssima novidade que o Código Nacional traz é a municipalização da fiscalização do trânsito e, com isso, certamente, teremos mais recursos para administrar o trânsito, porque hoje mais de quase 25 milhões de repasses de multas que deveriam ir para o município, infelizmente, não são repassados. Agora, esse problema, se aprovado, deixará de existir. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra, para encaminhar o Requerimento.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, há mais ou menos um mês, fiz um pronunciamento da Tribuna da Câmara, chamando a atenção para o novo Código Nacional de Trânsito, cuja entrada em vigor se dará no mês de janeiro. Chamava-me a atenção especialmente o fato de que o novo Código privilegiava o automóvel, a condução coletiva ou individual, o pedestre era um ser à margem do processo e merecia uma consideração quando falava, em um determinado artigo do Código, das multas impostas aos pedestres que transgredissem as regras do trânsito. Eu também sou de opinião de que a Casa está suficientemente esclarecida sobre a proposta que o Executivo enviou, de adaptar ao município as novas disposições nacionais de trânsito e de transporte. Nós até inovamos, estamos criando uma empresa. Agora, no meu entendimento, isto não significa, como erroneamente vem sendo divulgado em certas circunstâncias, que se elimine a Secretaria Municipal dos Transportes, um órgão político encarregado de gerir, de monitorar a política do transporte coletivo. A Empresa de Transporte e Trânsito será o braço operacional da Secretaria Municipal dos Transportes e do Trânsito.

Corroborando com o que havia dito, na ocasião em que ocupei a tribuna, estou entrando com uma Emenda que visa à preservação do trânsito de pedestres na Cidade de Porto Alegre. Não é nada de mais, apenas constará do documento a ser aprovado pela Casa, se for do entendimento de todos, alguns dispositivos singelos, mas que reforçam a posição do pedestre, que é, em última instância, a quem se destina todo esse aparato que foi objeto de longos estudos em nível nacional e que, agora, está sendo transposto para a área municipal. Estimo que as Emendas apresentadas sejam aprovadas com seus vários parágrafos, artigos, incisos, todos eles preservando o direito dos pedestres de serem os donos da Cidade, no que tange ao sistema de circulação, embora alguns nomes não estejam bem colocados, há uma divergência entre transporte e trânsito; felizmente, as duas coisas vêm nitidamente diferenciadas neste Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra, pelo PSDB, para encaminhar o Requerimento.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, ajuntando a minha opinião à do Ver. João Dib e a do Ver. Nereu D'Ávila, quero ressaltar a opinião dos agentes da fiscalização da Secretaria Municipal de Transportes, onde se alega que foi determinado, pelo Sr. Secretário dessa Secretaria, que fizéssemos um curso relâmpago de cinco dias, a partir do dia 17 de dezembro, para habilitação de novas e profundas alterações no Código Nacional Brasileiro que vigorará a partir de 21 de janeiro. E esse curso poderia ter sido ministrado em setembro e não foi. E há, no novo Código, o prazo de um ano para as novas adequações. Alguns agentes, segundo o Sr. Secretário dos Transportes, só seriam aproveitados durante a fase de transição e que seriam escolhidos cinqüenta agentes para a fiscalização de setecentos mil veículos, tendo, como tarefa, inclusive, a de dar informações - coisa que não sabem. Cinqüenta agentes são insuficientes para essa fiscalização, o ideal seria trezentos e cinqüenta agentes, inclusive motorizados. Um assunto tão complexo quanto esse, que trata de direito privado - é uma empresa pública de direito privado -; intervenção; extinção de concessões; cedência de funcionários; penalidades aplicadas aos serviços de transportes; prestação de transporte coletivo, com alteração de tarifas; delegação de serviços do transporte coletivo; criação de uma câmara de compensação tarifária, que tem como finalidade promover o equilíbrio econômico-financeiro do sistema de transporte coletivo; regimes de concessão - tudo isso para ser analisado agora com essa gravidade, com o prazo de um ano de validade para que esse organismo seja criado e pedido de urgência e encaminhado com essa rapidez. Realmente, isso nos deixa desconcentrados, confusos pela urgência, evidente que a matéria é importante deve ser debatida, o projeto é bom, só que o Pedido de Urgência é incabível, com o prazo dilatado que temos pela frente, com todas essas condições a exigir muito maior atenção do que uma simples olhada no processo, foi impossível estudar o processo. Acho que devemos, com seriedade, ponderação, especialmente considerando a gravidade da matéria, devemos rejeitar o Requerimento do Ver. Gerson Almeida que pede urgência quando, na verdade ele precisa do contrário, ele precisa e é carente de uma reflexão maior, de um pensamento enorme, principalmente quando vamos mexer no interesse de uma população especialmente no que diz respeito ao custo desse transporte. Por tudo isso somos a favor do Projeto e contra o Pedido de Urgência. Muito Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa que, após essa Emenda, vamos votar o Requerimento do Ver. Gerson Almeida pedindo urgência, com isso, vai terminar o prazo para entrega de emendas, como foi solicitado pelo Ver. Nereu D'Ávila. Peço que as Bancadas se entendam e me dêem essa resposta.

O Ver. Carlos Garcia vai trazer as luzes.

 

O SR. CARLOS GARCIA (Questão de Ordem): Senhor Presidente, temos algumas Emendas que estão sendo confeccionadas. Não gostaríamos que encerrasse, neste momento o prazo e a apresentação das Emendas, até pela polêmica do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: No início da Sessão, combinamos uma coisa. Por isso, se V. Exa. não estava sabendo, está acontecendo esse desencontro. Vamos ouvir a palavra do Relator, Ver. Juarez Pinheiro, depois, encaminharemos da melhor forma possível.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA (Questão de Ordem): Senhor Presidente, já na outra intervenção que fizemos pedimos a possibilidade de um consenso. Estamos vendo que talvez não seja possível um consenso, porque o Regimento permite que duas Emendas sejam apresentadas por Liderança até a entrada do Projeto em votação. Isso sabemos. Tentamos o consenso. Se não for possível, quero dizer que este Relator, após a votação da urgência, não terá compromisso com as demais Emendas. Isso quero deixar claro. O Plenário que decida.

 

O SR. PRESIDENTE: O Requerente da Emenda poderá pedir dispensa de parecer - "poderá".

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Senhor Presidente, face à clareza da intervenção do nobre Líder do PDT, talvez fosse desnecessário. Mas eu queria reafirmar a importância deste Projeto de Lei e o fato apresentado pelo Relator vai ser extremamente importante para a apreciação do mesmo. Peço a compreensão do Plenário para que, após a votação da Urgência, não sejam mais encaminhadas Emendas. Eventuais questões julgadas importantes pelas Bancadas poderão ser apresentadas através de Emendas de Liderança.

 

O SR. PRESIDENTE: É o que vai acontecer. Temos que respeitar o Regimento que permite a entrega de Emendas em qualquer momento até o período anterior ao encaminhamento de votação.

Temos uma Emenda para apregoar.

 

O SR. SECRETÁRIO: Apregoamos a Emenda de nº 23, de autoria do Ver. Lauro Hagemann, ao PLE nº 61/97, Proc. nº 3676/97.

Requerimento nº 304/97, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, de convocação do Diretor do DEP, para prestar esclarecimentos acerca de alagamentos observados na Capital.

 

O SR. PRESIDENTE: Por ordem, votaremos o Pedido de Urgência do PLE nº 61/97, que dispõe sobre o sistema de transportes.

Logo após, veremos possibilidade de votar Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. João Dib, o Requerimento de Urgência do PLE nº 61/97. (Após a chamada.) APROVADO por 17 votos SIM; 07 votos NÃO.

Com relação ao Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn, que se encontra sobre a mesa, fomos informados que, de acordo com o Regimento, art. 212, é impossível aceitar que o Requerimento seja votado nesta Sessão, porque não faz parte do edital de convocação da Primeira Sessão Legislativa Extraordinária. Foi apregoado e será votado na próxima Reunião da Comissão Representativa.

Nós não temos mais Requerimentos sobre a mesa. Vamos passar, de imediato, ao Período de Pauta.

De acordo com o que foi distribuído aos Srs. Vereadores, nós exaurimos o processo legislativo da 1ª Sessão Legislativa Extraordinária, estamos encerrando esta Sessão e convocando os Srs. Vereadores para uma Sessão Extraordinária, ainda dentro da Convocação Extraordinária, para correr Pauta o processo relativo à questão do Programa PROTECH.

Está encerrada a presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 11h52min.)

 

* * * * *